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domingo, 23 de janeiro de 2011

É pecado julgar?


Por L. Rogério

Existe um discurso politicamente correto que flui honrosamente da boca daqueles que geralmente odeiam a confrontação: "Vou à igreja, assisto o 'meu' culto, volto pra casa e não falo mal da vida de ninguém. Acho que se cada um cuidasse de sua própria vida e deixasse esse negócio de criticar o que é dito na igreja, nós teríamos uma igreja bem melhor."



Gente assim, dificilmente tem um senso crítico a respeito de sua fé. Não sabe por que crê. Não sabe no que crê. Contenta-se com uma fé cega, surda e muda. Afinal, dizem os tais, ai daquele que tocar nos ungidos do Senhor. Esquecem-se, porém, que, diferente do Antigo Testamento, todos fomos ungidos na Nova Aliança: "Mas vocês têm uma unção que procede do Santo, e todos vocês têm conhecimento (...). Quanto a vocês, a unção que receberam dele permanece em vocês (...)" I Jo 2.20,27

Estamos testemunhando um tempo histórico, onde os crentes seguem à risca tudo aquilo que lhes é dito a partir de um púlpito, sem titubear (claro, desde que isso não conflite com todas as bênçãos que Ele tem guardado em sua cartola mágica). Não sei o que é pior, vender aos crentes a bênção em forma de amuletos dos mais esdrúxulos, ou pior: comprá-la!

Será que ainda existem crentes que não entenderam que o que Jesus condenou foi o julgamento hipócrita, e não o julgar em si (Mt 7.1-6)? Será que nunca estaremos prontos para tirar o cisco do olho de nosso irmão? Será que Jesus não foi o suficientemente claro ao dizer que depois de tirarmos a viga de nossos olhos estaríamos aptos para exercer o julgamento? Ouso propor uma resposta: o descaso do povo para com a Palavra continuará sustentando muitas mentiras, heresias e agressões à alma.

Ah... que falta fazem os bereanos! O livro de Atos não poupa elogios quando diz que eles "eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo." (At 17.11)

Jesus disse: "Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos!" (Jo 7.24). Disse também: "Por que vocês não julgam por si mesmos o que é justo?" (Lc 12.57). O Apóstolo Paulo também não deixou margem para dúvidas quando disse: "Estou falando a pessoas sensatas; julguem vocês mesmos o que estou dizendo." (I Co 10.15).

Há ainda aqueles mais pacificadores que, mansamente, nos lembram: "...ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom!" (I Ts 5.21). O problema nesse caso é, como diria meu professor Franco Júnior: "O que é bom?". Afinal, como já disse aqui, o ruim não é receber e-mails criticando meus posicionamentos, o ruim é receber respostas baseadas na achologia. E convenhamos: esse é o parâmetro utilizado pela maioria dos crentes hoje em dia. Não! Mil vezes não! A Bíblia é o nosso referencial.

E mais: não me importa quantos milhões de CDs vendeu o camarada que inventou a fábula de um Zaqueu que consegue chamar a atenção de Jesus - a Bíblia não diz isso. Não me importa o brilho reluzente do troféu da moça que quer te colocar no palco e humilhar os seus irmãos, a Bíblia não diz que será assim. Também pouco me importa se hoje é 9/9/2009 ou 10/10/2010, a sua bênção não custa R$ 900,00, nem custará R$ 10.000,00 no ano que vem, a Bíblia não respalda isso. Por fim, não me importa quem "profetizou", nenhuma arca vai proteger a minha casa, mesmo com anjinho e tudo. A Bíblia diz que "...se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda." (Sl 127.1)

Que Deus levante mais bereanos. Gente que duvida, que critica, que denuncia. Gente que pinta a cara, mas não é palhaço! Homens e mulheres que não tenham medo da verdade, custe o que custar. Só assim a igreja evangélica brasileira voltará ao caminho da verdade, afinal, para esse, não há atalhos. Deus nos guarde dos lobos!

L. Rogério é autor do livro ''Adoração para Anônimos'' (Editora Reflexão) e tem ministrado nas áreas de adoração, apologética, liderança, família e outras. Seu ministério consiste em encorajar a igreja a um relacionamento íntimo e autêntico com Deus. Casado com Daniela Miranda, que faz parte ativamente de seu ministério, já ministrou em diversas igrejas no Brasil e nos Estados Unidos. É fundador do projeto ''Escola de Adoração'' em SP que reúne todos os anos diversos músicos, cantores e palestrantes comprometidos com o Reino. É formado em Análise de Sistemas e pós-graduado em Marketing e Comunicação Integrada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2011).

Via Genizah.

2 comentários :

  1. Muito bom. Pena que quem é cego vai criticar esses comentários e continuar sendo cego, porque dá trabalho adquirir conhecimento autêntico - tem que ler a Bíblia mais do que somente quando pregador manda na pregação (At 17:11); dá trabalho ter comunhão com Deus - tem que orar mais do que quando o pregador manda orar na pregação (de preferência no seu quarto, com a porta fechada, em secreto (Mt 6:6); dá trabalho querer ouvir a Deus de forma autêntica (e não atribuir como "de Deus" tudo que o pastor diz, sem ter senso crítico), porque às vezes, o Senhor "demora" para responder (Sl 40:1, ).

    Abraços, César, e congratulações por este post.

    Luciano.

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  2. Muito obrigado pela visita e comentário Luciano. O post não é meu...

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